Xi, cachorro com alergia!
Assim como os humanos, os cães também podem sofrer desse mal. E graças a sua função protetora e ao fato de ser o maior órgão do corpo, a pele é a área mais atingida. Conhece algum cachorro com alergia? Saiba mais!
por Patrícia Affonso
Um coça-coça sem fim, lambeduras insistentes nas patinhas, mania de esfregar o rosto no chão… Você já notou os comportamentos listados acima no seu cãozinho? Se a resposta for positiva, fique atenta: ele pode estar com algum tipo de alergia de pele. Outros sinais bastante comuns são a inflamação local (vermelhidão e irritação na pele), o surgimento de feridas, a queda de pelos e até mesmo a presença de inchaço e secreção nos olhos. É claro que ver nosso melhor amigo com esses desconfortos faz a preocupação disparar, mas nada de desespero. É possível ajudar o cachorro com alergia! A maioria dos casos pode ser controlado e, dessa forma, a qualidade de vida do animal é garantida. Vamos entender melhor sobre esse problema e como resolvê-lo.
Dica 1 – Afinal, o que é um quadro de cachorro com alergia?
O veterinário e dermatólogo Paulo Sérgio Salzo (SP) explica que a alergia ou dermatite atópica é uma reação adversa que ocorre no sistema imunológico do cachorro quando ele entra em contato com alguma substância que seu corpo interpreta como nociva, uma espécie de invasora.
Você pode observar:
- Cachorro com alergia a pulga;
- Cachorro com alergia olhos inchados;
- Cachorro com alergia inchaço;
“Como resposta, o corpo do animal apresenta uma sensação incômoda (prurido) de grau variável, que o levará a lamber, roçar ou mordiscar a área. O local do prurido pode ajudar na identificação da possível causa da alergia. Por exemplo, cães alérgicos à saliva da pulga tendem a ter prurido e lesões cutâneas principalmente na região lombar dorsal e cauda. A maioria dos casos de otite (inflamação no ouvido) em cães tem como causa, também, as alergias”, conta Paulo.
Dica 2 – Quais são as causas mais comuns?
A campeã é a já citada cachorro com alergia a pulga (saliva de pulga). Conhecida como Dermatite Alérgica a Picada de Ectoparitas (DAPE), estima-se que cerca de 70% dos cães apresentem essa alergopatia – daí a importância de se utilizar produtos para combater esses parasitas. Outros alérgenos comuns são o pólen, os ácaros de poeira e as proteínas alimentares. Vale ressaltar que algumas vezes a genética pode ser uma facilitadora/agravante para a incidência de alergias de pele. “Os cães de raça pura são mais predispostos à dermatite atópica, com destaque para o shih tzu, o lhasa apso, os buldogues franceses e ingleses, o pug e o yorkshire”, destaca Paulo Sérgio Salzo.
Dica 3 – Como se dá o diagnóstico?
Cachorro com alergia, o que fazer? Geralmente, o veterinário consegue identificar o problema baseado no histórico trazido pelos proprietários do cachorro, o exame físico e o descarte de outras doenças pruriginosas. Os testes alérgicos existentes são úteis para indicar os principais alérgenos que devem ser evitados, mas seus resultados também podem ser a base da terapia que visa a dessensibilização do bichinho. Também chamada de imunoterapia, a técnica consiste em administrar repetidamente pequenas doses desses alérgenos, até conseguir que o animal os tolere. Nem sempre funciona, portanto é preciso avaliar junto ao especialista as vantagens de tentar.
Dica 4 – Afinal, tem cura?
“Não. A verdade é que o cãozinho alérgico terá que ser cuidado por toda a vida”, diz a veterinária e dermatologista Adriane Pimenta da Costa Val, da Universidade Federal de Minas Gerais (MG). Isso significa manter o animal protegido do item ao qual ele apresenta sensibilidade: seja por meio do controle de pragas, da adoção de uma nova alimentação ou da administração contínua de alguns medicamentos. “Esse cuidado é comum para os casos de alergia a pólen ou ácaros, já que evitar o contato do animal com esses fatores é praticamente impossível”, afirma Paulo. O acompanhamento veterinário é indispensável para orientar as melhores condutas e, assim, garantir o bem-estar do seu companheiro de quatro patas. Algumas medidas complementares podem ajudar no tratamento, como a administração de ácidos graxos, que melhoram a saúde da pele, além de fortalecer a imunidade, e a indicação de xampus específicos, que para tratam e hidratam as zonas afetadas.